Museu Nacional, uma tragédia anunciada!
Na noite do dia 2 de setembro, domingo, aconteceu uma das maiores tragédias para os acervos históricos e científicos brasileiros. O Museu Nacional foi engolfado pelas chamas, gerando perdas de incalculáveis peças históricas - como quadros, esculturas e livros - e até mesmo de algumas amostras científicas. Acesse o site do Museu Nacional aqui.
Alguns funcionários já alertavam sobre falhas na infraestrutura do local, alegando que o Museu Nacional sofria com a presença de goteiras, infiltrações, fios soltos e desencapados e dejetos de animais de pequeno porte que acabavam fazendo de partes da instalação um verdadeiro banheiro. Além disso, também é sabido que a instituição, que é vinculada a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vinha sofrendo cortes cada vez mais severos em sua verba, limitando o uso do recurso para o básico, como pagamento de funcionários, pequenas reformas paliativas e a manutenção de todo o acervo histórico-científico.
O Museu Nacional, cujo local foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, tinha um acervo de cerca de 20 milhões de itens, dentre eles estavam:
O fóssil humano mais antigo encontrado na América, apelidado de Luzia;
Primeira edição da obra Os Lusíadas, de Luiz Vaz de Camões;
A primeira versão da arte da Gramática da Língua Portuguesa, escrita pelo Padre José de Anchieta;
O primeiro jornal impresso do mundo, datando 1601;
Exemplares de espécimes de moluscos sul-americanos, que serviam de base para novos estudos;
Meteorito de Bendegó, maior meteorito encontrado no Brasil.
Recebendo a alcunha de construção mais antiga do Brasil, datando 200 anos de existência, o Palácio de São Cristovão foi a casa da família real brasileira durante muito anos, sempre servindo de sede e símbolo para os Imperadores. Após a deposição do Imperador Dom Pedro II, o Palácio de São Cristovão foi transformado em Museu Nacional, transferindo todo o acervo da Casa dos Pássaros para o atual local. Além disso, o local também serviu de sede para a primeira Assembleia Constituinte Republicana, fato acontecido entre 1889 a 1891, culminando um ano antes de ser transformado em museu.
Ainda não se sabe os motivos do incêndio.
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